

Ao chegarmos no Macc no primeiro dia de estágio, Fernando, diretor do museu - que ocupa também o cargo de curador das exposições - nos recebeu e apresentou a exposição do pintor cearense Aldemir Martins (esta acontece até o dia 25 de Novembro e vale muito uma visita informal!), nos explicando seu trabalho como curador desde a aquisição das peças até a montagem final das exposições. Fernando nos "convidou" a analisar algumas das gravuras para que pudéssemos compreender os sentimentos que a arte transmite ao seu observador. Após essa experiência, mostrou-nos a parte administrativa, o que inclui uma pequena biblioteca com meia dúzia de livros mal cuidados e distribuídos, alguns soltando as páginas em prateleiras empoeiradas, abrigadas em uma pequena biblioteca de espaço, se muito, 2m x 2m, com uma mesa e 2 cadeiras (esse espaço acabou se transformando em nossa morada dentro do museu pelas 2 semanas seguintes). Até mesmo uma pequena barata morta foi encontrada e carinhosamente apelidada de Joe.
Além disso, vimos a parte do acervo, que nos pareceu ser tão bem cuidado quanto a biblioteca. Por falta de verba, esse espaço não possui os pré-requisitos adequados para a conservação de suas 600 peças. Inclusive, quando Fernando tirou um dos quadros no lugar para nos mostrar, ficamos com medo de que o quadro pudesse quebrar ao meio. A falta de verba afeta todas as instãncias do museu, desde a impossibilidade de salas climatizadas (há apenas uma no espaço de exposição) até a contratação de monitores. Segundo Fernando, antigamente haviam monitores fixos que acompanhavam as visitas escolares, e o museu contava inclusive com um espaço para oficinas de arte. Com a mudança de diretriz da prefeitura, essas atividades tornaram-se inexistentes.
Apesar de cumprirmos pouco mais de 8 horas por semana, segundo o próprio Fernando, o tempo total de estágio era pouco para que pudéssemos desenvolver plenamente qualquer atividade mais técnica. Portanto na primeira semana de estágio, fomos encarregadas de ler alguns livros da extensa biblioteca. Na segunda semana, decidimos nos envolver também com o trabalho de monitoria escolar. Essas por vezes foram frustrantes, como quando recebemos 40 alunos de oitava série que não ewstavam nada interessados na exposição. Em outras, foram gratificantes, como a vez que vieram uns 60 alunos de segunda série que pareciam deslumbrados em meio a tantas obras coloridas (característica das obras de Aldemir Martins). No momento, lutamos para que Fernando nos permita participar mais ativamente nas 2 últimas semanas, se não catalogando o acervo, pelo menos averiguando o que este possui.
Mariana Marangoni e Mareska
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