segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Apenas para continuar o que havia parado... Se existirem mais letras suprimidas e palavras esquecidas não é culpa minha, é culpa dos meus olhos que não querem revisar o texto direito, rs.
Sexta-feira passada, eu, Anakin e Fabrício fomos até o centro de Campinas com uma das arquitetas lá do CSPC, a Paula, (CSPC é na verdade o local onde nós estamos estagiando). Antes de contar como foi na sexta deixe-me explicar esta confusão entre CONDEPACC E CSPC que foi se construindo em minha mente e hoje depois de uma conversa com a Paula desmoronou. CONDEPACC trata-se do conselho municipal de campinas composto por diversos profissionais (políticos, professores universitários, pesquisadores, funcionários dos órgãos especificos) que avalia o que deve ou não ser tombado, grosseiramente é quem bate o martelo e julga pelo sim ou pelo não depois de uma ou mais reuniões. Já o CSPC é o órgão que vai atrás do que se supões deve ser tombado, ou seja, todo o processo de campo, de pesquisa do edifício é feito pela CSPC, que depois de fazer sua avaliação repassa par o CONDEPACC que julga. Como não fazemos parte do conselho, rs, nós estamos trabalhando com o pessoal da CSPC, que na verdade faz parte do CONDEPACC, mas não é ele.
Esqueci de contar também que a responsável pelo CSPC é a Daisy Ribeiro, que é historiadora. No entanto, quem está nos orientando mesmo é a Fabíola, formada em Ciências Sociais. Interessante foi perceber que felizmente, numa área onde apenas arquitetos apareciam (grande parte do envolvidos são arquitetos) percebe-se o envolvimento (mais do que essencial) de profissionais de outras áreas que estão intimamente ligados com patrimônio.
Agora posso falar um pouco de como foi na sexta-feira, nossa pesquisa de campo.
Não sei se já falei que depois de selecionarmos o edifício e lermos o processo de tombamento deveríamos procurar, em outras fontes algo que tratasse da história da construção e tamb´me de seu tombamento. Melhor dizendo, ir atrás de plantas, de autorização de reformas, etc para elaborarmos um texto que trate destes aspectos e também que coloque, ao nosso ver, uma proposta de utilização do edifício. E como fazer isso se todos os prédios escolhidos já são utilizados? Talvez pensar em uma outra forma de utilização que vá além, no caso do prédio do Museu da Cidade, de uma instituição que hoje quase ninguém sabe que existe e que passe a atrair mais a população para que ele possa reviver.
Mas antes disso precisamos conhecer cada bem tombado de perto, daí a necessidade de irmos até o prédio. Tive que preencher uma ficha sobre cada detalhe do edifício: porta, janela, revestimento, estado de conservação do prédio. Termos técnicos que, na verdade, eu acho muito chato. Claro que para isso a Paula, a arquiteta que citei no início me ajudou. Apesar de achar chatos os termos, foi interessante perceber que para cada elemento, seja ele perceptível aos nossos olhos numa visão bem geral do edifício ou não, cada detalhe deve passar pelo processo de avaliação. O que mais tarde poderá influenciar no restauro, se for o caso.
Como o antigo prédio da fábrica Lidgerwood trata-se de um edifício industrial do século XIX ele é todo revestido de tijolos e não tem muitos detalhes, o que facilitou a primeira observação. No entanto, apesar da simplicidade, quanto mais se olha mais se percebe aspectos que devem ser levados em consideração, o que torna o trabalho não tão fácil quanto imaginamos. Além de conhecer os termos arquitetônicos referentes aos detalhes que, por exemplo, estão acima da porta ou da janela, é necessário ter um olhar cuidadoso que tente entender também qual é a importância daquele bem, não apenas arquiteturalmente (essa palavra existe?) mas social (e neste caso, econômica também) para a História da cidade.
Cansei... depois colocarei as fotos do prédio aqui para que todos possam ver. Não coloco agora porque ainda não tirei, estou indo fazer isso agora, rs.
Até mais
Flávia

Um comentário:

Zé Alves disse...

Flavinha: considerando que ninguém tenha brigado com vc pela produção de seu post, acho interessante a observação e distinção de detalhes que vc passa a compreender na realização de seu trabalho.
Agora faltam as fotos!!!