terça-feira, 27 de novembro de 2007

*** Histórico Museu do Café

O Museu do Café, órgão do Departamento de Turismo e GT Memória, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura de Campinas, foi inaugurado em 19 de dezembro de 1996, durante a gestão do prefeito Francisco Amaral. Seu principal objetivo é resgatar, difundir e preservar a memória do período cafeeiro em Campinas.
O prédio no qual está instalado o museu é uma cópia não-fiel, construída em 1972, da antiga casa sede da Fazenda Taquaral, durante a existência do Instituto Brasileiro do Café – extinto em 1991, durante o governo Collor de Melo. Assim, a área foi cedida ao município de Campinas, para que a mesma passasse a administrá-la.
A referida fazenda teve como seu primeiro proprietário Barreto Leme, o fundador de Campinas. Em seus primeiros anos, ela produzia apenas agricultura de subsistência e cana de açúcar para a produção de aguardente. Posteriormente, a fazenda passa a pertencer a Francisco de Paula Bueno e começa a contar com um verdadeiro engenho, produzindo grande quantidade de açúcar. O cultivo do café se inicia durante o auge da produção açucareira no estado e vai aos poucos tomando seu lugar. Já no início do século XX, a fazenda aparece dividida em várias propriedades.
Na alvorada dos anos 60, as terras da fazenda foram confiscadas pela União e passam a pertencer ao IBC. Em 1968, um arquiteto italiano é contratado para o restauro do casarão, que não chegou a se concretizar, sendo então demolido e reconstruído com algumas modificações. A senzala e as alcovas, por exemplo, foram transformadas em suítes. Segundo consta, a casa sede foi transformada em uma espécie de hospedaria para o alto escalão do Ministério da Agricultura.
O Museu do Café apenas passou a existir de fato no dia 19 de Dezembro de 1996, quando a Prefeitura Municipal de Campinas abre sua exposição inaugural. A sua instalação selou o acordo de comodato que transferia o lago do Café para a municipalidade, cujo primeiro acordo celebrava um comodato de 99 anos, prorrogável por mais 99 anos. Anos depois a transferência foi homologada como definitiva.
Entretanto, desde sua instalação, o Museu do Café vinha amargando uma série de problemas relacionados a sua infra-estrutura elétrica e hidráulica e nos telhados. O prédio deixou de receber atenção por parte da administração municipal, o que possibilitou sua deterioração em um espaço temporal relativamente curto, pois as medidas tomadas pelo departamento responsável pelos reparos, foram todas paliativas.
Durante a gestão do ex-Prefeito Dr. Francisco Amaral (1997 a 2000) parte da área expositiva do Museu do Café, destinada às exposições temporárias, sofreu alterações para que fosse transformada em gabinete do então Senhor Prefeito.
Já em 2001, com a posse do Prefeito Antonio Costa Santos, foi possível resgatar as áreas ocupadas pela administração anterior, para uso como gabinete, e tentar remontar a exposição inaugural, já pensando um novo projeto museográfico para o Museu, entretanto em virtude das infiltrações existentes na área ocupada pelo ex-prefeito a remontagem não foi possível.
Em 2002, sob nova coordenação o Museu do Café passou por um período de cinco meses em que esteve fechado ao público. Optou-se por encerrar o contrato de comodato com o Centro de Memória da Unicamp, em virtude de não existir condições de conservação dos acervos, tanto do Centro de Memória, quanto do próprio Museu. Eram muitas as infiltrações e goteiras, o que forçou a coordenação a interromper a visitação uma vez que não havia condições dignas de atendimento ao público. Neste período buscava-se, mais uma vez, uma alternativa para a reforma do Museu.
Quando a coordenação pensava em buscar recursos junto à iniciativa privada, recebeu uma proposta de parceria, onde o Campinas Décor, realizaria sua mostra anual nas dependências do Museu do Café e em contrapartida entregaria todos os espaços recuperados, incluindo-se parte elétrica, hidráulica e cobertura de telhados que seriam totalmente refeitas.
Todos os espaços projetados foram elaborados visando sua utilização futura no Museu do Café, ou seja, para que ao final da mostra os expositores tivessem que fazer o mínimo de alterações possíveis. Um exemplo são os sanitários que foram adaptados para poder atender ao público portador de necessidades especiais; a lavanderia que posteriormente seria utilizada como sala de conservação e o home theater que transformou-se em auditório.
Ao final da mostra, o Museu do Café ganhou, além das áreas que já existiam recuperadas, mais três quatro espaços externos: um salão de eventos, um espaço para oficinas, uma cafeteria e um espaço para exposições temporárias.
Em setembro de 2003, o Museu do Café foi reaberto ao público com a exposição de longa duração “Cafeicultura em Campinas: o trabalho escravo e o trabalho imigrante”. Presente até os dias de hoje.



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