domingo, 23 de dezembro de 2007

Fim do Planetário?

O ano em que o planetário completou 20 anos termina com uma notícia ruim: seus planetaristas, Cláudio e Michel, não estão mais lá. Michel foi demitido por "falta de recursos", e Cláudio saiu por não aceitar as novas condições de trabalho (ou seja, trabalharia sozinho).
Apesar disso, após uma rápida visita ao planetário antes de vir para Goiânia, descobri que ele continuará a existir, com sessões gravadas e não mais ao vivo, segundo seu coordenador, Glauco. Não sabemos como será a qualidade das sessões, mas sabemos que o tempo delas será reduzido para 40 minutos.

Eu e a Andresa fizemos o painel comemorativo para o planetário, mas quando ficamos sabendo da saída dos dois, as coisas perderam um pouco de sentido, até mesmo porque, no painel, exaltamos as características específicas dele. Agora estamos sem saber o que fazemos, se vale a pena imprimi-lo, transformá-lo, ou fazer algo com um caráter mais de denúncia (apesar de não sabermos se as sessões serão boas ou não). Talvez, esperar ano que vem seja a saída. Poderemos conferir o novo planetário. De qualquer forma, posto aqui a primeira versão do painel, e desejo que todos vocês tenham um natal repleto de alegrias, e um ano novo cheio de esperanças...

Um abraço!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Museu da Cidade - Parte II

Nosso estágio no Museu da Cidade foi, do começo ao fim, realizado nos dias de chuva. Além do pó, acumulado por um ano e meio sem faxina, as goteiras estavam presentes em todos os momentos, formando pequenos rios e cachoeiras, que escorriam pelas paredes. Era um empurra peça daqui e de lá. O máximo esforço para não molhar nada, mas a umidade fazia seu estrago sozinha. Foi muito triste ver tantas peças se estragando com o tempo. Algumas cestas se desmancharam e vasos de cerâmica quebraram-se ao menor dos toques.

Infelizmente, as fotos que temos foram tiradas durante o nosso árduo trabalho com o acervo e, por mostrarem algumas peças, não puderam ser colocadas nesse blog.

O que mais nos sensibilizou foram as fantasia de carnaval de Carlito Maia (filho de Orosimbo Maia e grande carnavalesco) em alguns cabides, sob sacos plásticos furados e sujos, sem a proteção adequada.

Durante o estágio, eu, Laura, fiquei com o acervo do Museu Etnográfico, basicamente composto por peças indígenas – desde enfeites com rabinhos de cobras, cestas enormes e pequenininhas e até cassetetes bem assustadores.

Eu, Isabel, procurei muitas estatuetas de santos e diversos vasos de cerâmica no livro de catalogação do Museu Folclórico, que abrangia grande variedade de tipos de peça, indo de utensílios domésticos a gaiolas de pássaros.

Apesar de muita poeira – com a qual tínhamos de lidar sob máscaras e luvas (por sorte um recurso do Museu) –, não chegamos a encontrar nenhum inseto que nos atacasse, para alívio de quem pegava uma cumbuca com pó e bichinhos mortos. O Museu sofreu um processo de dedetização bem eficaz – uma das poucas medidas efetivas contra a deterioração do acervo. No entanto, mesmo assim foi possível observar inúmeras peças atacadas por cupim que, não fosse a ineficiência burocrática da prefeitura impedindo, iriam para incineração – uma vez que já não podiam ser expostas e, possivelmente, promoveriam a ocorrência de cupim em outras peças do acervo.

Como já foi explicado por Lívia e Kelly, o Museu possui diversos tipos de catalogação, o que dificultou um pouco o trabalho. O que os funcionários – a coordenadora Renata e o historiador Américo –desejavam era um projeto que criasse um sistema de catalogação unificado mas que, ao mesmo tempo, respeitasse as categorias atuais. Mas o tempo lá foi curto demais para que fizéssemos qualquer coisa além de limpar. Uma pena.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Orestes Augusto Toledo, historiador do MIS

Bom, primeiro nós queríamos nos desculpar pela demora para divulgar esta entrevista. Para que não pensem que o nosso estágio se resumiu a atividade na discoteca, realizamos o registro de uma das conversas que tivemos com alguns dos profissionais atuantes no MIS. Se trata de uma entrevista com o historiador Orestes Augusto Toledo, que também é professor do ensino médio, e que atua nos setores de História Oral e Pedagogia da Imagem e também participa da seleção dos ciclos de filmes que são exibidos gratuitamente no museu.



Entrevista realizada com o professor Orestes Augusto Toledo,historiador do MIS de Campinas do setor Imagem e Vídeo e Pedagogia da Imagem.

Primeiramente você pode nos falar sobre sua atuação, como historiador, dentro do Museu.
Orestes - O museu da Imagem e do Som é um museu histórico, então o historiador é um profissional necessário. No meu setor, por exemplo, um trabalho de história oral em vídeo é a gravação de depoimentos de pessoas, que pode ser um depoimento de história de vida por exemplo. O MIS é um museu histórico, mas o nosso suporte é o audiovisual. Evidentemente na pesquisa preparatória para a produção de um documento audiovisual entra a pesquisa historiográfica e o documento escrito. Mas o produto final, que será arquivado, que irá constituir o acervo do museu é de suporte audiovisual. A história oral é realizada aqui no museu desde os anos 80, nessa época só em audio. A partir dos anos 90 acrescentou –se o vídeo. Com a imagem há acréscimo de informações, as vezes uma expressão, um sorriso, uma pausa. Tendo a imagem você pode registrar o semblante, o gestual, informações a mais do ponto de vista histórico. Então, sendo um Museu da Imagem e do Som e sendo um museu histórico, o historiador pode trabalhar nessa área de história oral.
Incluiu-se o programa chamado pedagogia da imagem, no museu, porque constatamos que a documentação, o registro audiovisual não é apenas um conteúdo. É preciso se levar em conta a técnica que foi utilizada para fazer esse registro. Ou seja, se foi feito em película, em VHS, se foi analógico ou digital. Isso também é um registro histórico. Mas, além de ter uma informação de conteúdo, além de ter uma informação de tecnologia, há uma terceira informação. Aí entra a pedagogia da imagem, que é a questão mais complexa, estética que é o olhar de quem filma.
Por isso, o museu entrou nessa discussão da pedagogia da imagem, uma discussão sobre a alfabetização audiovisual, discutir não só o conteúdo, não só o suporte material, mas discutir algo que está no olhar subjetivo de quem filma.
O Mis trabalha com outros profissionais, um museólogo, outros historiadores, profissionais de publicidade e propaganda, radio e tv. Ficamos e estamos ainda com muita dificuldade de produção audiovisual porque o nosso equipamento está em reparo. Estamos sem a ilha de edição. Sendo assim, o setor de história oral em vídeo está funcionando de maneira precária.


Sobre o setor de história oral, como são escolhidos os entrevistados? O Museu tem uma linha especifica e a partir desta escolhe os entrevistados? As entrevistas são um depoimento de vida ou são direcionadas?
Orestes - Esse setor de história oral em vídeo, tem 2 programas permanentes. Um é o registro das atividades culturais que acontecem na cidade, quando algum evento acontece nós vamos até lá e filmamos. Temos também um programa de ação permanente que chamamos Memória das Lutas Sociais em Campinas, cujo o critério de escolha dos entrevistados vai desde a faixa etária avançada até o papel protagonista que eles tiveram na organização do movimento sindical, grandes acontecimentos históricos que repercutiram em Campinas. Os porta-vozes das lutas que aconteceram em Campinas.
Em história temática nós fizemos um trabalho que é a História da Construção, Funcionamento e demolição do teatro Carlos Gomes. Nós entrevistamos desde o pedreiro até a equipe de arquitetos e engenheiros que assinaram o laudo técnico para a derrubada do teatro.
Nós temos também um material de história de vida, grande parte de pessoas falecidas.



Com relação aos diálogos estabelecidos entre os museus e o poder público, ou seja, a questão das verbas tanto para o funcionamento do museu quanto para o financiamento dos projetos, você acha que a população pode exercer pressão em relação ao aumento de verbas?
Orestes - Não é só o fato de haver muita ou pouca verba, eu acho que o maior problema é ele não ter uma dotação orçamentária própria efetiva, real. E não ser discutido com a própria equipe do museu sobre o que fazer com esse dinheiro. Como toda a necessidade material de manutenção e de projetos envolve custos, é difícil administrar a manutenção do museu e o seu funcionamento, sem ter uma dotação orçamentária própria. Assim, fica sempre ao “deus dará”. Nunca se sabe quanto dinheiro vai ser gasto ou não, e ouvindo sim ou ouvindo não, .o museu não tem o que discutir, o que dialogoar porque não tem uma dotação orçamentária própria. Não há planejamento.

Luciana, Pâmela, Vivian e Soraia.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Fotos da sala de exibição







Essas fotos são do espaço interno do que será futuramente (esperamos que em breve) a nova sala de exibição do museu. Infelizmente, no momento a obra se encontra parada. A conclusão desta sala é de grande importância, pois tornará a exibição dos ciclos de filmes, que ocorre em todos os finais de semana, mais confortável aos espectadores; e o aumento do espaço também pode trazer mais freqüentadores.
Luciana, Soraia, Pâmela e Vivian.



Fotos da situação do acervo










Infelizmente a maior parte do acervo do museu se encontra deste modo, sem local apropriado, sem classificação. Mas é importante ressaltar o esforço de alguns funcionários (como os do setor de fotografia) que estão se esforçando para organizar o acervo.
Luciana, Vivian, Soraia e Pâmela.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Foto #1 - As grades do prédio principal do Palácio da Mogiana, com as iniciais CM (Companhia Mogiana)
Foto #2 - Detalhes do segundo pavimento do prédio principal. Quem tiver boa visão verá as iniciais CM gravadas nos vidros jateados.




Foto #3 - Bom... acho que dispensa comentários sobre a ausência de preservação no Palácio da Mogiana



Foto #4 - Vista da torre do lado esquerdo. Havia uma igual do lado direito do prédio principal, mas foi demolida na ampliação da Av. Campos Sales. Essa porta de madeira é linda, acompanha a envergadura da esquina.




Bom, galera, como já foi postado quase tudo aqui sobre o CONDEPACC/CSPC, inclusive fotos simpáticas do trabalho lá, posto, por enquanto, algumas fotos (bem mal batidas, mas isso não vem ao caso) do Palácio da Mogiana, edificação da qual fiquei encarregada de estudar.

Aproveito também para dizer do descaso da prefeitura a respeito da restauração do Palácio, que é muito rico em detalhes e merecia mais atenção por ser um símbolo da opulência cafeeira, além de ser um exemplar arquitetônico que se diferencia de todo o seu redor.

Abraços a todos;
Marcela Fernandes!
















































































terça-feira, 4 de dezembro de 2007

antes tarde...

Já que todos já conhecem o CONDEPACC e a Flávia e o Fernando já descreveram as atividades que realizamos no CONDEPACC/CSPC, posto algumas fotos dos "bastidores", que também servem para comprovar nossa presença assídua no estagio. As duas primeiras fotos foram tiradas no CSPC, quando eu testava minha camêra para fotografar as plantas do processo de tombamento de apenas 3 pequeninos volumes que eu, muito sabiamente, escolhi.





Fabriscio demonstrando toda sua empolgação com a pesquisa e aproveitando para fazer propaganda do UPA no centro de Campinas.








Bianca, após horas debruçada sobre processos de tombamento, flagrada em um momento de pausa para o cochilo...








Uma das fotos que tirei do Colégio Culto à Ciência. Não sei se vai dar para ver, mas no canto direito sairam, por engano, a Marcela e a Paula, a arquiteta que nos auxiliou na visita que fizemos.