sábado, 1 de dezembro de 2007

Preparar para decolagem: 10, 9, 8, 7... As sessões do PLANETÁRIO!

Fachada do Planetário de Campinas: Taquaral


Placa de Fundação: 20 anos!

"Por favor, desliguem o celular, qualquer luz pode atrapalhar a apresentação. Se tiver tênis de luzinhas, retirem o tênis! É muito importante que fiquem em silêncio. Antes de entrar na sala, joguem o chiclete no lixo à sua direita, por favor! Vamos colaborar com o Planetário!” Nós acompanhamos, nas últimas semanas, diversas sessões no planetário. Já praticamente decoramos os avisos iniciais e a sessão em si. Após as informações dadas e o controle (parcial) da turma de alunos, estamos prontos para adentrar na sala fria e escura que nos aguarda.

Entrada para o Planetário:
A sala do planetário é semelhante a uma cúpula. As cadeiras posicionadas de acordo com o círculo da sala, e no meio dela, se encontra o verdadeiro planetário. Planetário: equipamento que simula o céu, sobretudo noturno, em qualquer latitude/longitude e em qualquer data. O Planetário de Campinas simula o céu de acordo com a data atual e a latitude e longitude da cidade, ou seja, todos os dias Cláudio e Michel atualizam a apresentação fazendo pequenas alterações de posição do céu estrelado. É um dos poucos planetários brasileiros que se preocupam com isso.


Os condutores do Planetário: Cláudio e Michel


Devido a gases de nossa atmosfera, a poluição, e as luzes das cidades, nós não conseguimos ver a luz de todas as estrelas no céu. Mas aqui no Planetário, tudo é diferente! Aqui, nós podemos ignorar as luzes da cidade e afastar todas as nuvens. Vejam!” (Música: 2001: Odisséia no Espaço – Nuvens se afastam até o céu ficar completamente límpido e cheio de estrelas).
A reação das crianças nesse momento é incrível. Quanto menor a criança, melhor a reação: “Oohh!! Que lindo!! NOSSA!”. É realmente sensacional, a sensação é de fato de estar olhando um céu verdadeiro. A apresentação do Planetário de Campinas também se diferencia por ser ao vivo, e não apenas uma gravação, como ocorre em outros planetários. Enquanto um fala sobre o espaço, comentando sobre constelações, estrelas, planetas, o outro coordena a diversa trilha sonora. Cláudio e Michel sempre alternam esses papéis. Detalhe: apesar da cabine de comando dispor de luzes especiais, eles comandam tudo, desde o planetário até as trocas de música, em um breu total, já se acostumaram a fazer tudo no escuro.
Vejam essas estrelas, elas parecem formar um grande anzol ou até mesmo uma letra "S". Essas estrelas formam a constelação de um animal, um animal muito conhecido por todos nós. Até mesmo o ferrão deste animal, no final de sua cauda, é representado por estas duas estrelas mais brilhantes. Muitos de vocês já adivinharam de quem estamos falando. Para os que ainda não sabem, o planetário pode nos ajudar. (Pouco a pouco, um desenho, por cima das estrelas começa a aparecer lentamente, até se tornar bem nítido e vivo: um escorpião) Esta é a Constelação do Escorpião.” Esse é um dos momentos mais bonitos da sessão, a formação da constelação. Com o passar dos meses, muda-se a constelação apresentada devido ao movimento natural da Terra. Infelizmente nós só tivemos a oportunidade de ver a constelação de escorpião, se não estamos enganadas, a próxima seria a constelação de Leão! A foto aqui postada é mera ilustração...
A sessão também dá direito a uma viagem espacial. Depois da contagem regressiva para o lançamento, as estrelas começam a rodar, a música fica mais animada, e de repente, temos a impressão de que é a sala inteira que está rodando. É normal ficar tonto. Na viagem vamos até planetas mais distantes, como Marte, Júpiter e Saturno, até voltarmos ao planeta Terra. No final ainda passamos por um grande susto, mas essa parte não contaremos, para não estragar a surpresa, caso alguns de vocês tenham a oportunidade de assistir uma sessão.
O repertório do planetário não se limita apenas a essas sessões. Acompanhamos também uma aula de astrometria para o pessoal de engenharia civil da Unicamp, que é um ramo da astronomia que lida com a posição das estrelas e outros corpos celestiais, suas distâncias e movimentos. Foi ela a responsável pela descoberta de maneiras de medir a passagem do tempo, originando os primeiros relógios da humanidade: os relógios de sol, que ainda estão em uso.

Irma e Gláucia no saguão de entrada: O planetário também dispõe de auditório para sessões mais longas e explicativas. Acompanhamos uma apresentação sobre O Sistema Solar, para uma turma de Ensino Médio, muito interessante, em que os alunos conseguiram ter uma melhor noção da dimensão da velocidade da luz, ou da velocidade diversa dos planetas em suas órbitas.
Antigamente (há cinco anos atrás), a variedade das sessões do planetário era muito maior. Existiam palestras sobre Cometas, Eclipses, Órbitas, Cinturão de Asteróides, A Conquista do Espaço, Origem e Futuro do Espaço... Cursos sobre Astronomia Esférica, As Treze Constelações do Zodíaco, A Busca de vida inteligente Extra Terrestre, dentre outros. (informações retiradas dos relatórios de atividades dos anos anteriores). Hoje, com o menor número de funcionários, isso se torna impraticável.
Lavínia e Gláucia no escritório do Planetário:

Nas últimas semanas, tiramos fotos, tanto do planetário e sua equipe quanto do Espaço-Escola e seus laboratórios abandonados, acompanhamos sessões, conversamos bastante com o Cláudio e Michel que nos disponibilizaram documentos do Planetário e duas teses sobre o MDCC para um melhor conhecimento da história do Museu. Planejaremos, a partir daí, a elaboração de um painel sobre a história do Planetário e sua importância, além do relatório final que será encaminhado para a Renata e para diversos CA’s da Unicamp. Tal relatório não será muito diferente dos posts publicados aqui. Até mais!

Fotos do Museu da Cidade


Placa na entrada do museu sobre o prédio onde se encontra instalado o Museu da cidade. Este pra quem não sabe foi uma antiga fábrica de produtos agricolas
















Livia na frente do museu, só pudemos tirar foto do prédio...




Não queria ter colocado essa foto mas já que a Lívia insiste rsrs...bom não mudamos muito a posição rsrs



E esta é a foto do prédio... tirada da esquina...


Sabemos que não variamos muitos as fotos e que também seria bem interessante vocês verem fotos do acervo, mas nos foi "aconselhado" a não tira-las...porém resolvemos mesmo assim publicar as do prédio porque ele é bem legal apesar da necessidade- urgente!!- de uma reforma. Já que não pudemos tirar fotos do acervo aconselhamos a ir nas exposições do museu porque compensa bastante ir lá ver!!!

Por keiko e Lívia

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Estágio no Macc - So long and thanks for all the fish!

Arrumando os armários
desmontagem da exposição
montagem da sala do júri


Nessas duas últimas semanas não conseguimos convencer o Fernando a nps delegar qualquer função mais técnica dentro do museu, como a catalogação e verificação do acervo. Nos limitamos à nossa querida salinha e outras atividades usuais. Entrettanto, pudemos presenciar dois momentos significativos pro museu: o primeiro foi a seleção para o 14º Salão de Arte Contemporânea que ocorrerá no mês de Dezembro. O museu recebeu inscrições de todas as partes, realizou uma pré-seleção e no dia 19 um júri visitou o museu para selecionar os 30 artistas que serão expostos. Desses 30, os 10 melhores ganharão um prêmio em dinheiro. O segundo momento foi a desmontagem da exposição de Aldemir Martins e os trâmites referentes à esta.
Na última segunda feira, auxiliamos Fernando a transferir 2 armários (literalmente) e seu conteúdo (folders, panfletos de exposições passadas e outros materiais) de sua sala para a do acervo. Nesse dia, Fernando tinha ido embora mais cedo, então não pudemos nos despedir dele pessoalmente, então deixamos um bilhete em sua mesa.
Apesar de não termos nos envolvido em nada mais técnico, a experiência no museu foi proveitosa pois pudemos presenciar seus trâmites burocráticos, as dificuldades vividas por seus funcionários e períodos mais complicados como montagem e desmontagem de exposições e o quão prejudicial é a falta de verba em instituições públicas, dentre outras. Segue abaixo uma breve entrevista que fizemos com Fernando em nosso último dia de estadia.

1) A QUANTO TEMPO TRABALHA NO MACC?
8 anos, 6 como produtor cultural e posteriormente como chefe de setor.

2) QUAIS SÃO SUAS FUNÇÕES NESTA INSTITUIÇÃO?
Além das de chefe de setor (burocracia, papel de chefe), de curador de algumas exposições (museus não possuem um diretor).

3) QUAIS ERAM AS SUAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO A ESSE ESTÁGIO?
Estagiários são importantes para que as pessoas entendam como funciona um museu, além de ser uma possibilidade de ajudar efetivamente quem se encontra envolvido no meio universitário com esse tema.

4) ELAS SE CONCRETIZARAM?
Sim, já que os estagiários que recebemos se envolveram no que foi possível nas partes práticas e trouxeram projetos e idéias para melhorias no museu.

5) NOTAMOS NAS ÚLTIMAS SEMANAS QUE O MUSEU POSSUI PROBLEMAS DE VERBA, POR EXEMPLO A FALTA DE SALAS CLIMATIZADAS E A CONSERVAÇÃO DO ACERVO. COMO VOCÊS LIDAM COM ISSO? QUAL A IMPORTÂNCIA DE UM INCENTIVO FINANCEIRO MAIOR?
Com um maior incentivo financeiro seria possível equipar melhor o museu para melhor conversar as obras, além de, quem sabe, conseguir um espaço maior para as exposições. Procuramos lidar com a falta de verbas administrando a que recebemos da melhor forma possível.

6) QUAIS SÃO OS PONTOS FORTES DO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA EM RELAÇÃO AOS OUTROS DA CIDADE?
Nosso museu tem uma produção de material contínua, além de ter a oportunidade de trabalhar de forma direta com a história da arte. Também destacamos o trablho com as visitas escolares e os eventos produzidos, como o salão de arte.

7) A ABERTURA DO MACC PARA VISITAS ESCOLARES SERVE DE INCENTIVO?
Com as visitas escolares, temos a oportunidade de quebrar a idéia de que a arte é algo pronto e acabado, já que crianças, nesses casos, são mais fáceis de lidar. Nos tempos atuais, como a carga visual que as pessoas recebem é maior do que as de antigamente, fica mais fácil quebrar convenções.



quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Museu da Cidade

Após conversar com a cordenadora do Museu da Cidade, Renata, ela nos propôs, primeiramente, fazer a limpeza do acervo e a localização das peças de acordo com o livro de tombamento. Infelizmente não podemos cumprir a primeira parte da proposta porque não havia recusos, ou seja, não havia material disponível para tal. A segunda parte foi necessária porque devida a situação precária em que se econtravam, eles haviam sido assaltados e perdido todaa catalogação que estava nos computadores roubados. Assim, nosso trabalho foi, basicamente, conferir junto a um livro de registros a localização dos objetos em seus devidos lugares e se conferiam o seu número de registro. O historiador do museu, Américo, lamentou pelo pouco tempo de estágio, pois não houve tempo de preparar uma atividade mais complacente aos objetivos do próprio estágio.

Talvez uma atividade elaborada com certa antecedência tivesse sido mais proveitosa, porém estamos de acordo de que ter entrado em contato com o acervo do museu também não foi de todo mal. Gostamos de conhecer um pouco da história do museu o qual possui três acervos: museu histórico, museu folclórico e museu etnográfico. Trabalhamos essencialmente com o primeiro deles. Tivemos alguma dificuldade devido ao tipo de catalogação, pois muitas peças tinham RG que não batiam com o livro de registro que utilizamos, outras que não tinham descrição da peça e muitas que estavam sem tombamento.

O que mais lamentamos foi de ver a situação a qual se encontram o acervo e o próprio museu. As peças não tem conservação, não há higienização e o pior mesmo é o estado do prédio do museu. O telhado está cheio de goteiras que destroem as peças, pois estas não tem proteção nenhuma. Devida a má conservação do prédio presenciamos uma situação ao mesmo tempo cômica e lamentável. Um dia que chegamos para trabalhar um gato, que estava morando lá escondido, destruiu um leque do século XIX. Achamos que esse episódio ilustra em parte o descaso para com o museu.

Infelizmente as quatro semanas passaram. Ajudamos no que pudemos. E esperamos que essa situação mude. Para nossa experiência foi agradável. Fomos muito bem tratadas e tivemos todo o acompanhamento que precisava-mos por parte dos funcionários.

Por Lívia e Keiko

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Observatório Jean Nicolini II

Após a nossa última semana de estágio – se que se resumiu a três idas ao Observatório, já que a chuva resolveu não colaborar – optamos por fazer um balanço de toda a experiência.
O que nos incomodou na experiência toda foi a falta de iniciativa dos profissionais do local em nos envolver nas atividades do Observatório. Talvez, pelo fato de que as pessoas que lá trabalham já estarem extremamente envolvidas nas pesquisas e atividades que dependem inteiramente deles para poderem ser desenvolvidas. Assim, enquanto estagiários, passamos boa parte das nossas três tardes e noites sem ter realmente muito que fazer. Até mesmo a pesquisa que nos foi pedida, não teve o respaldo esperado: o astrônomo responsável pela proposta não apareceu mais nenhum dos outros dias para acompanhar o desenvolvimento da atividade ou para discutir a maneira como ela deveria ser feita. Quanto aos outros astrônomos, deles não partiram nenhuma iniciativa no sentido de nos dar tarefas, a não ser a proposta inicial na qual faríamos intervenções durante as visitas escolares, sobre mitologia e astronomia, somente a título de curiosidade. Essa proposta, descartada logo por nós, não teria como dar certo ao longo do estágio, pois, nas três semanas em que fomos até lá, não houve nenhuma visitação das escolas. Dessa forma, ficamos inviabilizados também de acompanhar a lógica seguida na exposição e a metodologia utilizada nas atividades de ensino. Inicialmente pensamos em levantar a história do local, mas nenhum material nos foi apresentado. A impressão que nos passou foi que, quando um deles conseguiu de uma forma nos encaixar, os outros profissionais ficaram despreocupados em nos integrar nas atividades do local. Talvez, até mesmo pelo fato de sermos estudantes de História e estarmos em um observatório tenha levantado dúvidas neles sobre o que poderíamos fazer.
Apesar de tudo isso, encaramos válida a experiência no sentido de que ela nos permitiu entrar em contato direto com um órgão público de divulgação científica e os problemas enfrentados por ele para se manter. Se o observatório consegue desenvolver suas atividades normalmente, com todas as dificuldades, é um mérito daqueles profissionais que realmente se importam com o seu funcionamento. Como falou um dos astrônomos durante a nossa ida essa semana, era mais fácil conseguir as coisas para lá por outras vias do que depender da burocracia municipal.
Diante da falta de atividades que pudéssemos expor no blog, decidimos então elaborar um questionário enviado para um dos responsáveis pelo Observatório. Aguardamos as suas respostas para poder postá-las aqui.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Experiência no Museu do Café - Dinah e Natália

Desde que chegamos, fomos muito bem recebidas por todos os funcionários, especialmente pela diretora do museu, Rosângela da Silva, que logo nos apresentou a história tanto da Fazenda do Taquaral, como do próprio museu. Nós conhecemos todo o local, que contém, além do Museu do Café, o Instituto Brasileiro do Café, Arquivo Público Municipal e o Espaço Permanente de Artesanato.
Após isso, tivemos um primeiro contato com o acervo do museu e pudemos realizar uma atividade de reconhecimento das peças presentes no inventário. Pudemos constatar que a grande maioria das mesmas não se encontra mais no museu, e, de acordo com o relato dos funcionários, foram transferidas para outros museus da cidade e/ou perdidas.
No segundo dia do estágio tivemos contato com a responsável pela atual exposição, denominada “Cafeicultura em Campinas: trabalho escravo e imigrante”, Maristela de Camargo. Ela nos explicou a concepção dessa temática, pautada na importância dos trabalhadores, tanto negros como imigrantes, para a produção da riqueza gerada pelo café e controlada pelos barões, sem focar tanto nas questões tradicionais da violência e da escravidão. Ela nos mostrou alguns de seus projetos e palestras, já que ela é especialista em museologia, e também compartilhou conosco as idéias da futura exposição que será feita no museu. Realizamos interessante atividade quando pudemos elaborar, em teoria, idéias para uma possível exposição com os objetos disponíveis no acervo. Pensamos em montar uma sala de jantar, onde estaria posta uma mesa de café colonial, em que também estivessem presentes instrumentos referentes à produção do café. Desse modo, criaríamos um espaço em que objetos referentes à elite da época estariam mesclados com ferramentas e utensílios dos trabalhadores, de modo que o café aparecesse como elemento de ligação, e presente na realidade tanto do senhor e sua família, quanto do escravo e/ou do imigrante.
Também pudemos entender o funcionamento burocrático da administração do Museu com a funcionária Carla, que foi muito simpática e permitiu que nós tomássemos contato com os papéis referentes a várias das atividades e funcionários do local. O trabalho dela é bastante minucioso e exige grande responsabilidade, já que ela realiza toda a intermediação entre o museu e a prefeitura da cidade. Exemplo de documentos que vimos foi a requisição de escolas para visitação no museu, como também a documentação necessária para fazer o pedido de férias dos funcionários.
Outra atividade realizada foi a de fotografar alguns objetos e peças do museu para a possível exposição que pensamos anteriormente. Infelizmente, o curto tempo do estágio não permitiu que aprofundássemos esse pequeno projeto, mas algumas das imagens estão registradas abaixo:


Peças de Prataria



Mesa de café colonial (Peças do Aparelho de Jantar de Cristal Bico de Jaca)

Alguns objetos decoração: Pinha de louça e Prato de porcelana portugueses; Imagem de Nossa Senhora


Peças relacionadas à produção e consumo do café


Cristaleira
Também tivemos um rápido contato com a atividade da recepcionista, Rosana. O trabalho dela exige carisma e simpatia, além de paciência e atenção para lidar com o público, que em média é de 500 a 600 visitantes por mês. Ela também orienta as pessoas para que não toquem nos objetos, não entrem sem camisa, portando alimentos; enfim, as regras básicas do bom comportamento esperado no museu. É importante mencionar que o Museu do Café, diferentemente de outros locais, permite que os visitantes fotografem a exposição, tanto que em um dos dias havia uma representante do jornal “Diário do Povo” que foi tirar algumas fotos.
Outro interessante contato que tivemos foi com a historiadora/pesquisadora que trabalha no museu, Sonia. Ela nos levou ao Arquivo Municipal e nos deixou ajudá-la com sua atual pesquisa, em que ela está levantando fontes sobre a história da Fazenda Taquaral. No arquivo, também pudemos ver alguns documentos da cidade, antigos e outros mais recentes, além de conhecer a responsável pela organização do acervo, que foi muito atenciosa e nos disse que muitos estudantes da Unicamp freqüentam o local para realizar suas pesquisas.
É também importante destacar a qualidade da limpeza do local, a cargo da funcionária Madalena, o que nos chamou muita atenção, pois sempre que fomos ao estágio, o Museu se encontrava em ótimas condições, em todas as suas dependências. Também o senhor responsável pela segurança sempre foi muito atencioso conosco. O ambiente de trabalho é muito agradável, pelo pouco tempo que estivemos presentes.
O gabinete temático do prefeito montado dentro do Museu é utilizado quando ocorrem reuniões com pessoas importantes, como ministros, governador, outros prefeitos. É um espaço que se relaciona historicamente com a temática do museu através da sua ligação com o desenvolvimento ferroviário da cidade, e alguns de seus móveis são originais de antigas ferrovias da região. Abaixo seguem algumas imagens:



Gabinete Temático do Prefeito

Após essa curta, porém enriquecedora experiência, chegamos a conclusão de que foi muito positiva, especialmente pelo contato com profissionais competentes e atenciosos, que nos auxiliaram a entender a lógica e o funcionamento do museu, e assim abranger nossas opções no futuro exercício da profissão de historiador.


Fachada do Museu do Café
No acervo

*** Histórico Museu do Café

O Museu do Café, órgão do Departamento de Turismo e GT Memória, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura de Campinas, foi inaugurado em 19 de dezembro de 1996, durante a gestão do prefeito Francisco Amaral. Seu principal objetivo é resgatar, difundir e preservar a memória do período cafeeiro em Campinas.
O prédio no qual está instalado o museu é uma cópia não-fiel, construída em 1972, da antiga casa sede da Fazenda Taquaral, durante a existência do Instituto Brasileiro do Café – extinto em 1991, durante o governo Collor de Melo. Assim, a área foi cedida ao município de Campinas, para que a mesma passasse a administrá-la.
A referida fazenda teve como seu primeiro proprietário Barreto Leme, o fundador de Campinas. Em seus primeiros anos, ela produzia apenas agricultura de subsistência e cana de açúcar para a produção de aguardente. Posteriormente, a fazenda passa a pertencer a Francisco de Paula Bueno e começa a contar com um verdadeiro engenho, produzindo grande quantidade de açúcar. O cultivo do café se inicia durante o auge da produção açucareira no estado e vai aos poucos tomando seu lugar. Já no início do século XX, a fazenda aparece dividida em várias propriedades.
Na alvorada dos anos 60, as terras da fazenda foram confiscadas pela União e passam a pertencer ao IBC. Em 1968, um arquiteto italiano é contratado para o restauro do casarão, que não chegou a se concretizar, sendo então demolido e reconstruído com algumas modificações. A senzala e as alcovas, por exemplo, foram transformadas em suítes. Segundo consta, a casa sede foi transformada em uma espécie de hospedaria para o alto escalão do Ministério da Agricultura.
O Museu do Café apenas passou a existir de fato no dia 19 de Dezembro de 1996, quando a Prefeitura Municipal de Campinas abre sua exposição inaugural. A sua instalação selou o acordo de comodato que transferia o lago do Café para a municipalidade, cujo primeiro acordo celebrava um comodato de 99 anos, prorrogável por mais 99 anos. Anos depois a transferência foi homologada como definitiva.
Entretanto, desde sua instalação, o Museu do Café vinha amargando uma série de problemas relacionados a sua infra-estrutura elétrica e hidráulica e nos telhados. O prédio deixou de receber atenção por parte da administração municipal, o que possibilitou sua deterioração em um espaço temporal relativamente curto, pois as medidas tomadas pelo departamento responsável pelos reparos, foram todas paliativas.
Durante a gestão do ex-Prefeito Dr. Francisco Amaral (1997 a 2000) parte da área expositiva do Museu do Café, destinada às exposições temporárias, sofreu alterações para que fosse transformada em gabinete do então Senhor Prefeito.
Já em 2001, com a posse do Prefeito Antonio Costa Santos, foi possível resgatar as áreas ocupadas pela administração anterior, para uso como gabinete, e tentar remontar a exposição inaugural, já pensando um novo projeto museográfico para o Museu, entretanto em virtude das infiltrações existentes na área ocupada pelo ex-prefeito a remontagem não foi possível.
Em 2002, sob nova coordenação o Museu do Café passou por um período de cinco meses em que esteve fechado ao público. Optou-se por encerrar o contrato de comodato com o Centro de Memória da Unicamp, em virtude de não existir condições de conservação dos acervos, tanto do Centro de Memória, quanto do próprio Museu. Eram muitas as infiltrações e goteiras, o que forçou a coordenação a interromper a visitação uma vez que não havia condições dignas de atendimento ao público. Neste período buscava-se, mais uma vez, uma alternativa para a reforma do Museu.
Quando a coordenação pensava em buscar recursos junto à iniciativa privada, recebeu uma proposta de parceria, onde o Campinas Décor, realizaria sua mostra anual nas dependências do Museu do Café e em contrapartida entregaria todos os espaços recuperados, incluindo-se parte elétrica, hidráulica e cobertura de telhados que seriam totalmente refeitas.
Todos os espaços projetados foram elaborados visando sua utilização futura no Museu do Café, ou seja, para que ao final da mostra os expositores tivessem que fazer o mínimo de alterações possíveis. Um exemplo são os sanitários que foram adaptados para poder atender ao público portador de necessidades especiais; a lavanderia que posteriormente seria utilizada como sala de conservação e o home theater que transformou-se em auditório.
Ao final da mostra, o Museu do Café ganhou, além das áreas que já existiam recuperadas, mais três quatro espaços externos: um salão de eventos, um espaço para oficinas, uma cafeteria e um espaço para exposições temporárias.
Em setembro de 2003, o Museu do Café foi reaberto ao público com a exposição de longa duração “Cafeicultura em Campinas: o trabalho escravo e o trabalho imigrante”. Presente até os dias de hoje.